Você já parou para pensar que você é uma gota num oceano de pessoas e que sem esta gota este oceano é diferente? E quem é você neste oceano? O que você traz que é só seu e que ao compartilhar, transforma o todo? Que gosto, cor ou movimento você permite que este oceano desenvolva? Movimento? Movimento só existe quando me dirijo a alguma coisa. E ir em direção a algo significa desejar isso? Ou permito que movimentem a minha vida sem que eu perceba exatamente o que desejo?
É possível que você nunca tenha parado para olhar para si mesmo. E, se isto acontece, também é possível que você esteja agindo na sua vida sem olhar realmente o caminho que você deseja traçar para si mesmo. Algumas pessoas acreditam que não há como escolher a própria vida. Realmente algumas coisas acontecem a nossa revelia, mas outras tantas nós produzimos. Produzimos pelo que somos, pela forma como agimos, por nossas crenças, por nossa atuação na vida. E produzimos muitas vezes sem perceber. Um exemplo disso é o casal que vive brigando. Um acredita, por vezes inconscientemente, que não é amado, que não é digno do amor de ninguém. Então começa a testar o outro: será que ele realmente me ama? Se ele me ama, ele vai agüentar estas brigas… Num determinado dia o outro vai embora e ele diz para si mesmo: viu como ele não me amava de verdade? Podemos fazer isto com amigos, familiares, etc, sem perceber. E assim, estamos escrevendo nossas vidas, fazendo escolhas inconscientes… sem perceber e saber o que estamos escolhendo. E nos colocamos como vítimas por isto: coitadinho de mim, como minha vida é terrível, nada nela dá certo! Mas, você já parou para perceber o que você está fazendo para que não dê certo?
O que você deseja construir em sua vida? Isto é claro para você? Se não tenho claro meu desejo, sou como uma folha ao vento, sou transportado para qualquer lugar. Se sei o que quero, sou como o barco à vela: aproveito os ventos e direciono minha vela para chegar onde desejo. O processo de Psicoterapia é um meio de buscar o norte de sua vida – o seu desejo e de começar a descobrir formas de rumar para o mesmo. Se sou uma gota num oceano de possibilidades, que eu possa construir tais possibilidades partindo de meu foco, lembrando ainda que não estou só e que faço parte de um todo. Se não estou só, também posso dar e receber, relacionar-me e também ser auxiliado por outros a concretizar o que quero e também ajudar ao outro. Se sou uma gota num oceano, faço a diferença a partir do que escolho.
A partir do meu movimento de vida e para a vida, movimento o oceano de uma forma peculiar e, deste modo posso influir apenas por aquilo que sou e pela forma como vivo. Posso escolher viver para os outros estando sempre atento ao “que os outros vão pensar de mim?” OU posso viver buscando “o que eu desejo, o que posso construir, que falta para chegar ao que desejo?”. E pela falta descubro que a vida é um eterno tentar completar. E que enquanto há vida, há busca, há desejo, há algo a ser completado. Viver pode ser andar com vendas nos olhos ou ousar olhar e ver o que eu sou e como eu vivo, e o que falta, o que desejo e movimentar-me em direção a ele.
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