O que é vida? O que é SER PLENO? Como vivemos? Perguntas que surgem constantemente a partir de minha vivência clínica e que permanecem em minha mente e coração.
Li certa vez que quando as respostas são fornecidas, as perguntas se modificam – movimento inquietante e profundamente transformador. Portanto, neste momento, convido à reflexão sobre o que impede o “ser pleno”. A permissão para encontrar dentro de si mesmo novas respostas, facilitará o surgimento de novas perguntas – garantia de movimento constante de vida.
A plenitude do ser é uma busca constante na vida. Buscamos plenitude nos relacionamentos, na vida profissional, familiar, espiritual, social. Buscamos a felicidade e esta só existe onde há plenitude. Nesta busca incessante, deparamo-nos com obstáculos internos. Sim, nossos maiores obstáculos constituem aquilo que não aceitamos em nós mesmos e tentamos negar. A vida é o que é quando configuramos, a partir do que somos, um significado para os acontecimentos dos quais fazemos parte. E como fazemos parte de nossas vidas? Construindo-a, optando, escolhendo e lutando por nossas escolhas ou sendo efeito daquilo que não alcançamos? Que significado tomamos como referencial: o de fracasso ou a necessidade de modificar a forma de concretizar nossas reais necessidades?
A possibilidade de referenciar nossas vidas no sucesso, na plenitude, existe quando nos permitimos vivenciar aquilo que somos integralmente. Somos o que somos e somente deste modo podemos desenvolver nossos potenciais que se encontram atualmente ocultos. Somos seres potenciais, ou seja, uma semente que pode se desenvolver de diversos modos, dependendo da forma como cuidamos de nós mesmos. Se somos uma semente de roseira, podemos crescer como uma roseira. No entanto, se não somos regados, plantados, não crescemos e nunca seremos o que temos de potencialmente belo dentro de nós mesmos.
SER PLENO significa ser presente, ser totalmente o que se é. Tal atitude perante a vida permite que a rosa desabroche em sua total plenitude. No entanto, temos medo. Medo de viver, de expandir nosso potencial e descobrir que tudo o que demonstramos hoje é muito pouco em relação ao que somos em potencial. E como, então, adaptar-nos a nova realidade? Seremos aceitos em nossa nova forma de ser? Podemos desenvolver aquilo que desconhecemos? Podemos integrar novas vivências ao que estamos acostumados a ser? Questão de escolha. Podemos escolher ser uma rosa sem brilho, por medo de vivenciá-lo e de nos relacionarmos com pessoas que não compartilham de nossos ganhos. Podemos optar por uma vida com brilho, apesar destas pessoas e descobrirmos que a vida é construída a partir de relacionamentos que selecionamos. Viver com medo de ser o que somos, também é uma opção. Escolha da qual podemos não ter total consciência. Entretanto, podemos iniciar, através de um processo de autoconhecimento, uma expansão maior de nossa consciência e, então optarmos com maior clareza e profundidade acerca do que desejamos, necessitamos e podemos construir.
O medo associa-se a saída da “zona de conforto” onde nos encontramos momentaneamente. No entanto, vida e movimento significam, por vezes, sair da “zona de conforto”, ou seja, permitir-nos o movimento de descoberta do novo. O medo surge como obstáculo a tal movimento quando negado ou desconhecido. Plenitude significa viver tudo o que sou, integrando o medo e a coragem de ser, construir, crescer e viver. Aceitando a existência deste medo, posso, então, ultrapassá-lo, permitindo o surgimento de novos espaços de vida. Aceitando a sua existência, permitimo-nos perceber que a expansão faz parte da vida.
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