A vida se constrói em um processo contínuo de escolhas, eleições de caminhos, comportamentos, pessoas, lugares … a cada segundo optamos, decidimos, mudamos ou permanecemos aonde estamos.
Sim … muitas vezes decidimos inclusive permitir que o outro decida por nós, diga o que devemos ou não fazer. Ou evitamos aparentemente escolher com medo de mudar e vivenciar a instabilidade que decorre do “viver o desconhecido”, do “estar sem chão”. Escolhemos não nos responsabilizar por nossas escolhas, pelas mudanças que se fazem necessárias quando estamos vivos. Afinal, escolher implica em comprometimento, conhecimento de si mesmo e, com grande freqüência, em deixar padrões antigos de vida, substituindo-os por novos.
Então, o que fazer neste mundo que nos exige constantes escolhas, mudanças repentinas, adaptação contínua? O que fazer com o medo, com a falta de responsabilidade por si mesmo? O que fazer com a aversão ao desconhecido? O que fazer comigo mesmo para aceitar o processo de mudança como algo que faz parte da minha vida? Diante deste emaranhado de perguntas que nos fazemos, surge uma série de outras questões também sem resposta definida. A vida é um conjunto de interrogações das quais nos desvencilhamos a partir do momento em que descobrimos onde estamos, quem somos e o que desejamos alcançar. Sim … o que você deseja alcançar? Que desafios você necessita vencer? Que estratégias pode utilizar? Quem sou eu? O que preciso fazer para alcançar o que desejo? Tenho o direito de desejar algo?
Viver implica em desejo e desejo significa movimento em prol de obter a realização de algo. Realizar significa construir. Só construímos com alicerces sólidos. E a solidez provem do autoconhecimento, da aceitação de si mesmo, de ser simplesmente o que se é. Sendo permitimos a mudança, vivendo possibilitamos transformar o que somos naquilo que podemos ser potencialmente. O potencial de mudança de cada pessoa só se desenvolve plenamente a partir do momento em que há a aceitação do medo, da rejeição à instabilidade, da falta de responsabilidade por si mesmo. Aceitar significa saber , ter consciência da existência de tudo isto, não negar. Assim, tornamos viável o espaço para a mudança, para o experimentar coisas novas, viver de modo mais integrado, respeitando sim os nossos limites, medos, mas não nos entregando a eles. Sabendo que eles fazem parte de nosso cotidiano, podemos aceitá-los e vivê-los, dando espaço para algo novo, sólido, que se constrói inicialmente com os desequilíbrios que a vida nos proporciona, e que nos viabilizam viver de um modo mais pleno e integrado.
[optin-cat id=”1065″]